Quantos poetas passam pela vida sem jamais publicar um livro? Quantos poemas escritos nunca chegam aos leitores?
Hilda Machado, pesquisadora e cineasta nascida no Rio de Janeiro em 1951 e falecida em 2007, foi professora na Universidade Federal Fluminense, com passagens por universidades estrangeiras, e diretora premiada em festivais de cinema nacionais. Paralelamente, desenvolveu um trabalho poético de dicção muito pessoal, entre o melancólico e o autoirônico, de teor fortemente visual e que parece assumir a montagem cinematográfica como procedimento poético por excelência - "Discreta voyeuse/ o sofá combinando com o tom das exegeses/ a polidez dos móveis, avencas, decassílabos, filmes russos/ perífrases sobre paninhos de crochê/ e em vez de carne poemas no congelador".
Em vida, Hilda Machado publicou apenas dois poemas. Deixou, porém, além de manuscritos esparsos, este Nuvens, que ela mesma organizou e chegou a registrar na Biblioteca Nacional, claro sinal de que considerava publicá-lo um dia. É o que agora se realiza, graças à colaboração de Angela Machado, irmã da autora, e ao empenho do poeta Ricardo Domeneck, que assina o texto de apresentação do volume.
Quantos poetas passam pela vida sem jamais publicar um livro? Quantos poemas escritos nunca chegam aos leitores?
Hilda Machado, pesquisadora e cineasta nascida no Rio de Janeiro…
Niétotchka Niezvânova (1849) é um romance único dentro da obra de Dostoiévski e inovador em sua época por prenunciar algumas descobertas da psicanálise. Como observou André Gide, o autor russo buscava mostrar a "gênese dos sentimentos" no momento da eclosão de seus aspectos mais contraditórios.
O projeto inicial de Dostoiévski era escrever um grande romance que descrevesse a evolução de uma personagem desde a infância até a maturidade. Contudo, após dez anos de prisão na Sibéria, o autor acabou antecipando a finalização da obra. Niétotchka representa o drama ético da adolescência: a ambiguidade de sentimentos em relação aos pais, o desamparo, as escolhas afetivas que definirão seu destino e a sublimação dos desejos impossíveis. Nesta tradução direta do russo, acompanhada de posfácio, toda a exuberância do universo dostoievskiano está preservada pelo rigoroso trabalho de Boris Schnaiderman.
Niétotchka Niezvânova (1849) é um romance único dentro da obra de Dostoiévski e inovador em sua época por prenunciar algumas descobertas da psicanálise. Como observou André Gide,…